O BOMBEIRO
Eugénio Macedo
olhou o penedo
e viu, dentro dele,
aquele segredo
que mais ninguém vê,
se olha à flor da pele
da arte se descrê.
Sempre a obra medra
Lá dentro da pedra,
estava um bombeiro
que subia a escada,
garboso e ligeiro.
Ninguém via nada.
Com escopro e cinzel,
Eugénio Macedo,
desbasta, a granel,
o grande penedo.
Esboça-lhe um corpo,
talha o capacete:
com cinzel e escopro,
põe-lho no topete.
As mãos nos varais,
os pés nos degraus,
atento aos sinais,
que parecem maus
uma missão cumprida
que é “vida por vida”!
Arte é sempre gala!
Com buril ou broxa,
nunca a obra é fátua…
No cepo ou na rocha,
há sempre uma estátua
preciso é tirá-la.
Padre G. P.