domingo, 25 de outubro de 2009

Poema escrito pelo padre G. P. a mestre Eugénio Macedo.



O BOMBEIRO


Eugénio Macedo          
olhou o penedo
e viu, dentro dele,
aquele segredo
que mais ninguém vê,
se olha à flor da pele
da arte se descrê.

Sempre a obra medra
na ideia sonhada…
Lá dentro da pedra,
estava um bombeiro
que subia a escada,
garboso e ligeiro.
Ninguém via nada.

Com escopro e cinzel,
Eugénio Macedo,
desbasta, a granel,
o grande penedo.
Esboça-lhe um corpo,
talha o capacete:
com cinzel e escopro,
põe-lho no topete.
As mãos nos varais,
os pés nos degraus,
atento aos sinais,
que parecem maus
uma missão cumprida
que é “vida por vida”!

Arte é sempre gala!
Com buril ou broxa,
nunca a obra é fátua…
No cepo ou na rocha,
há sempre uma estátua
preciso é tirá-la.

Padre G. P.

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